06 julho 2008

Tive de tirar isso da minha dissertação...

Filosófico demais segundo meu orientador:

É correto também supor que estas alterações de visão dos mecanismos de controle, do uso de
indicadores, e dos processos de avaliação estão condicionadas pelo grupo que as elabora. Ao se escolher um indicador em detrimento de outro, como exemplificando ao determinar que para avaliar a qualidade do atendimento telefônico, deve-se considerar o número de pessoas atendidas, ao invés do número de pessoas satisfeitas com o atendimento, certamente há influência das preferências do gestor e de suas idéias. Sobre a avaliação, seu aspecto subjetivo e seu uso por grupos de poder Scriven (2001, p.28) elucida que para parte dos estudiosos de avaliação, associados ao ceticismo epistemológico, construtivismo e pós-modernismo, o processo de avaliação, está associado de tal forma à projeção dos valores dos grupos dominantes na organização, que seus resultados podem estar comprometidos.

A proposição soa exagerada, mas realmente em alguns processos o viés pode muitas vezes conduzir a resultados duvidosos. Entretanto, quando há lucro, os acionistas ganham, quando há prejuízo os acionistas perdem, não importando muito como esse fato pode ser lido ou quantificado, há certamente uma realidade que se pode avaliar. Ainda assim, o aspecto subjetivo dos ditos fatos também não deve ser ignorado, em especial quando se fala em avaliação. Não se deve esquecer, que no final do século XIX e no começo do século XX, a craniometria e os testes de coeficiente de inteligência (QI) foram utilizados como instrumento de avaliação da inteligência e comparação de raças humanas e suas conclusões, na época ditas como científicas, serviram de embasamento a políticas racistas e ao nazismo (GOULD, 1999).

Todo processo de avaliação é questionável em certa medida, como no mito da caverna de Platão, os indicadores são apenas um reflexo da realidade, através do qual se busca apreender a realidade.

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